Cada centímetro do topete retrô-espetacular da cabeleira de Amy Winehouse simboliza a sua insegurança - isso, de acordo com a própria. Então vamos combinar que insegurança tem sido uma palavra latente na existência da cantora.
Contudo, há quem diga que Amy não passa de uma junkie. Dessas que não tem absolutamente nada mais útil para fazer em London City, e que, por isso, prefere se embriagar de vodka e doces lágrimas de amor - além de outros vícios.
Cocaína? Aham. A moça usa e abusa do pó branco. Crack? Também. Inclusive com vídeo à la vida loca life-style para mostrar que a britânica, com voz de negra, é uma viciada. Uma addicted!
Once is enough to make me attack
So bring me a bag and your man can come back
I'll check him at the door make sure he got green
I'm tighter than airport security teams
De fato, a única droga que a consome em doses crônicas é um mal que todas as pessoas carregam no peito. A diferença é que algumas mostram e se agarram onde dói, enquanto outras vivem no anonimato do sofrimento. E é exatamente assim que dois grupos distintos se evidenciam: o de pessoas e o de pseudo-pessoas.
Over futile odds
And laughed at by the gods
And now the final frame
Love is a losing game
Sem perceber, Amy se descreve em suas letras. Um refrão e o Código Winehouse é decifrado.
I cheated myself
Like I knew I would
I told you I was troubled
You know that I'm no good
E refrão após refrão - em uma seqüência tão viciante quanto os vícios da nossa querida - os ouvidos se concentram em espasmos criteriosamente segmentados por camadas: sensação, frases soltas, Frank Sinatra, vinho e cia limitada.
Por fim as músicas atingem a profundidade do pulmão, e o receptor se vê irremediavelmente sem fôlego e respirando o mesmo ar que Miss Winehouse. Afinal, uma vez ouvida, a moçoila vai invadir a sua concentração e o teu lábio involuntariamente vai cantarolar um They tried to make me go to rehab but I said 'no, no, no' como se essa composição tivesse sido feita pelo teu próprio pulso.