sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Cortem a cabeça dela!

Paradoxal se torna pouco quando o fluxo de sentimentalidades num mesmo dia consegue me deixar com um riso intimamente feliz, a ponto de fazer o cara da locadora de DVD's ter a maior inveja do mundo. Os olhos chegam a demonstrar isso; e quando a felicidade alheia é refletida na pupila, meu bem, é melhor se entregar.

17:31

A tarde corre em passo lento, como numa procissão sem volta. Esse novembro parece durar uns três meses, 90 dias ao invés de 30. O que me dá a clara impressão de que o tempo estacionou e resolveu me colocar numa sala de espera, tal qual nesses consultórios dentários: você marcou uma consulta, anunciam o teu nome, mas tudo indica que te deixar lá esperando é um prazer tão irritantemente tenro quanto devorar uma torta de limão.

[Enquanto o coro de 'In Between Days' grita]

18:47

A minha pressa não tem causa nem motivo pra quem vê a cena. O que eu até entendo. De fora do palco, a cortina é mais bonita quando erguida; ainda mais se for um drama, comédias não são bem assistidas numa quinta-feira.

19:38

Eu tomo uma coca-cola e respondo que não. Eu faço um convite e deixo o indicativo de aceitabilidade notável. Eu resolvo ir embora.

21:07

Estou insuportavelmente chata, sem vontade de atender o celular pra quem quer que seja. Estou insuportavelmente cativante e distribuindo uma série de abraços à minuto pra quem quer que eu queira. Estou insuportavelmente exausta.

01:46

Ansiedade.

02:00

Exatidão inerte, divida tudo isso entre as 24 horas corriqueiras de um dia qualquer e não terá uma noção da freqüência. Nem eu tenho e não me culpo por isso.

sábado, 15 de novembro de 2008

Coliseo

'Eu tenho um amor. Desses que não cabem no peito e se abrigam em toda e qualquer parte do corpo. Não me sai da cabeça, faz as pernas correrem rápido quando chama, toma nas mãos o acalento que assegura, rouba um lábio de cá e um sorriso entralaçado em doçura de lá, faz vibrar o peito, um frio na barriga [desses que não se pode controlar]. É triste admitir, mas eu sei que existe uma impressão clara nisso tudo, e esse é o ponto: admitir e ter certeza é crucial e doloroso quando há correspondência. E se há, que não seja dor. Pois antes a dúvida em forma de corpo do que o contentar-se acreditado e fulgaz de sentir por perto.'

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Escrito em 2007 - e guardado por motivos que ainda desconheço -, mas fazendo um sentido imenso exatamente agora.

[Smashing Pumpkins atesta]

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Minha melhor possibilidade:

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