terça-feira, 10 de abril de 2007

Todos são outros.

Véspera de fim de semana pra mim começa na quarta-feira. Sempre tem alguma baladinha boa, com bebidas tão boas quanto. Falando em bebida, é engraçado. Digamos que 90% dos meus amigos me consideram uma degustadora convicta, os outros 10% já têm certeza. Mas, isso não me soa divertido quando a minha mãe se encaixa neste grupo que já não duvida do meu potencial etílico.

Essa história se confirmou num episódio a parte. Ganhei uma garrafa de tequila - das boas - do meu cunhado e, para comemorar o ano novo, prometi que viraria 12 doses em menção aos próximos doze meses que estavam por vir. Na contagem regressiva, extrapolei e filei dezesseis 'caballitos'. Se me questionarem a respeito do dia seguinte, respondo que o resultado dessa experiência não vem ao caso. No entanto foi válido, o meu comportamento se mostrou bem social, afinal eu sei me conter quando preciso. Só não sugiro que pessoas amadoras façam isso, exige todo um preparo físico para trabalhar a resistência do corpo, leva um tempo. O exemplo acima foi dissertado apenas para a construção de uma abertura, para que eu pudesse chegar ao ponto que desejo com esse texto.

A minha paixão pela tequila tem culpado, motivo, razão e local especifico. Esse life-style made in mexico começou em algum sábado do mês de Dezembro, em um tipo de inferninho na Barra Funda - SP. Uma dose, duas doses, três é par. Ponto. Voltei para casa com uma felicidade incontida no peito, fiquei assim por semanas.

Inusitado considerar uma mistura destilada de agave, uma planta originária da América Central, tão relevante assim no atual contexto em que me enquadro. Tequila só me provocou ressaca ou sintomas do tipo quando me empolguei e cometi exageros. De forma parecida, minhas ressacas morais também aparecem sob o âmbito do exagero, quando abuso o melhor ou o pior das pessoas e das situações.

Um sorriso irônico desponta pelo meu rosto agora, quando lembro que já fiquei um mês sem beber tequila. Não por determinação própria, mas é que não me fazia falta a 'vida tequilana' quando estava com um certo alguém policiando o meu coração. Quem conhece o ritual, sabe que para beber tequila é preciso colocar sal em torno da mão, lambê-lo, virar o copo rapidamente e morder um limão. Comparando-nos a isso, era o que nós fazíamos com o nosso afeto. Os agrados mais intensos, na rotatividade de segundos imedidos; as brigas mais tolas, pelas reconciliações mais comprometedoras; e, é interessante captar esse mecanismo, mesmo quando se encontra em estado inerte, e com chances de término elevadas.

A propósito, certas coisas terminam para que outras comecem. Não posso concretizar que não tenho mais afinco em saber a localização exata dos teus detalhes. Ainda assim, o meu começo é contínuo. Pessoas vêm e vão. Algumas ficam mais do que as outras; algumas se tornam extremamente especiais, outras não. O fato, agora, é que você é mais um. Mais um, para todos os outros. Até que um outro aceite a minha condição de liberdade eterna, de amor livre e toda essa minha ideologia.