sábado, 24 de maio de 2008

Nota de rodapé:

Paris is burning!

Trilha sonora da vez. Bom momento para fechar lacunas e portas que antes estavam abertas na espera de uma chave-mestra (...) Digamos que as janelas estão deixando o sol entrar. Obrigada.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

C.F.A.

- Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraca para entrar.
- Acho espantoso viver, acumular memórias, afetos.

Silêncio.

- Não, meu bem, não adianta bancar a distante: lá vem o amor nos dilacerar de novo.
- (...) você não sabe como tentei me interessar pelo desinteressantíssimo.

Nostalgia.

- A gente se apertou um contra o outro. A gente queria ficar apertado assim porque nos completávamos desse jeito, o corpo de um sendo a metade perdida do corpo do outro.
- O tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato.

Constatação.

- Quem diria que viver ia dar nisso?
- Loucura, eu penso, é sempre um extremo de lucidez. Um limite insuportável.
+++

Diálogos recortados criteriosamente pelos escritos de Caio Fernando Abreu. Todos.

Porque quando nos falta senso de apetite em segmentar sentimentos, é viável usar recursos de quem sabe o que fazer com as palavras.

Blue.

Under your skin
Under your truth
Under some words
Under the sky
Under your eyes
Under your tight hug
Under my imagination
Under our dream
Under our kind of reality
Under all those things.

sábado, 17 de maio de 2008

Like a virgin

Touched for the very first time
Like a virgin
When your heart beats (after first time, "With your heartbeat")
Next to mine

A 'virgem' preferida de sempre, vulgo matriz do pop oitentista, está de volta. She's Madonna! Material Girl, esposa de Guy Ritchie, mãe de Lourdes Maria e Rocco, escritora, atriz, cineasta, ex-bateirista, dona de um número invejável de recordes na discografia mundial (não necessariamente nessa ordem), Madonna Louise Veronica Ciccone Ritchie foi responsável por lançar um dos meus últimos cds preferidos. Me refiro ao Confessions On a Dance Floor. Não digo tanto pelo aspecto musical da coisa, uma vez que não sou especialista nisso. Palpito enquanto ouvinte. Me limito a dizer que a referência setentista, com remixes pertinentes e balzaquianos, além das letras diretas e mais 'cabalísticas', me atraíram com evidência.

Remember remember and never forget
All of your life has all been a test
You will find the gate that's open
Even though your spirit's broken


Confessions me seguiu por um bom tempo. Sempre rola uma nostalgia bacana quando lembro tudo que aconteceu durante esse período, aliás. E eu fiquei demasiadamente empolgada com a idéia da vinda da turnê desse show para o país do carnaval; vai saber se a Madonna não curte um samba, ponto pra gente. Mas não foi bem assim.

Do you believe in love at first sight?
It's an illusion, I don't care
Do you believe I can make you feel better?
Too much confusion, come on over here


O novo mito (?) da vez propaga que desse ano não passa. Juro que não quero criar expectativas infundadas, idealização não é comigo - não mesmo. Entretanto, é fato que me dá uma pontinha de querer vê-la ao vivo. E Hardy Candy nem é o grande motivo para tanto, embora as músicas estejam nos meus ouvidos desde o lançamento do cd; algumas bem antes (thanks world wide web). Porém, isso não quer dizer que estamos falando de uma obra prima. A Madonna já produziu umas coisas muito mais significativas, para não dizer outra coisa. No entanto, de todo mal não está. Dá pra ir além dos '4 minutos'.

Who is the master?
Who is the slave?

Ressalva: uma tangência martelou a minha cabeça de modo incessante, me fazendo considerar que Britney Spears queria muito fazer um cd nos moldes de Hardy Candy . Primeiro porque ela ia aparecer na mídia com uma manchete deveras vitoriosa do tipo 'O fantástico regresso da musa teenager-pop-americana-rebolativa. Outro, Brit ia ter o Timbaland como produtor; meio que uma certeza imediata de aparecer bastante. E o mais importante de todos, a Britney ia ser 'obrigada' a gravar com o Justin - o seu Eternal Sunshine Of The Spotless Love (tic).

Todavia, nem todo mundo tem um céu de brigadeiro.

She's not me
She doesn't have my name
She'll never have what I have
It won't be the same
(It won't be the same)

sábado, 3 de maio de 2008

Clichê número 56:

[Tom Wolfe, na imagem]

Essa pergunta é um puta clichê, até porque eu mesma não tenho uma resposta fechada pra isso, mas me diga o que te levou a fazer jornalismo.

"Um clichê do cacete mesmo (risos). Meu pai. Apesar de não ser jornalista, foi o meu pai que impulsionou isso. Ele era muito culto. Assim, hoje eu tenho cinco mil CD’s, ele tinha dois mil vinis (...) As reuniões da turma dele eram em casa, muita Bossa Nova, muita MPB setentista, ele escrevia poesia, lia, escrevia para jornal, foi radialista em rádio. Ele sonhava, ele queria ter feito jornalismo e nunca fez. E isso me fez, primeiro a gostar de música, que foi o 'start' inicial; e me fez ter vontade de ser jornalista. Foi uma coisa não pensada e lógico, esse foi o primeiro 'start' assim, aquela primeira coisa 'nossa, que legal', 'deve ser legal fazer isso', 'meu velho faz isso e tal'. E depois foi quando eu comecei e ler muito sobre música e lendo as pessoas que me ensinaram a gostar de textos e música."

Quem me respondeu foi o querido Marcelo Costa – editor de homes, jornalista (com alma de publicitário, e isso é muito bom), um-cara-que-escreve-tudo-que-a-Talita-gosta-de-ler, e o único que consegue misturar Calmantes com Champagne. Mister Costa é leonino com ascendente em touro e fã de caipirinha de vodka; aliás, se eu lembrasse dessa parte da caipirinha eu não teria convidado o Mac para uma entrevista na Bella Paulista, deveras. Mas como se tratava de uma terça-feira – típica da paulicéia desvairada, com ventos inevitáveis e um espectro de garoa –, e eu teria aula no outro dia, o jeito foi aproveitar a Bella e o seu adorável ambiente de sempre.

[Vivendo um TCC freneticamente]