quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

de la Mancha.

(...) como quem dança a inabalável dança da irrealidade, me atiro nos braços do cavaleiro vermelho para ver até onde ele pode me levar.

"Havia em Sevilha um doido, que deu no mais gracioso disparate e teima que nunca se viu. E foi que fez um canudo de cana pontiagudo, e, em apanhando um cão na rua, ou em qualquer outra parte, prendia-lhe uma pata com os pés, com a mão levantava-lhe outra, e, como podia, lá lhe adaptava o canudo em sítio, em que, soprando-lhe, o punha redondo como uma péla, e, quando o apanhava deste modo, dava-lhe duas palmaditas na barriga, e soltava-o, dizendo aos circunstantes (que sempre eram muitos): Pensarão agora Vossas Mercês que é pouco trabalho inchar assim um cão. Pensará Vossa Mercê agora que é pouco trabalho fazer um livro." - M.C.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Aprenda a resolver um problema.

A melhor forma de solucionar um problema é arranjando mais problema.

Bacana, hum? Até parece fácil.

Não coloco essa afirmação entre aspas, pois entrego que ela é fruto da mente desta que vos escreve. E nem é mais novidade a minha preferência por uma conversa [entre colchetes]. No entanto, com fundamentação ou não, compartilho este protótipo de idéia de solução para os problemas. Para isso, acredito consideravelmente em um quesito que denomino por: imunidade renovável.

A minha teoria concentra-se no fato de que quando alguém chega ao status de ter um problema, esse alguém acha que tem o maior problema do mundo e que nunca vai conseguir se ver livre deste. Entretanto, ao término do calvário, o indivíduo se vê fortemente capaz perante aquele problema antigo e pronto para outro problema, assim que tiver um novo. É igual a uma gripe, resfriado, coisa e tal. O corpo dói, a cabeça fica fraca, você se enche de remédios, cogita entregar os pontos e cair de cama; mas no fim, aquela quantidade de antiinflamatórios e congêneres faz efeito e, tão cedo, o teu corpo vai estar viável para uma gripe novamente. Tudo vai depender do seu sistema imunológico. Taí: sistema imunológico, a tal da imunidade renovável.

Esse é o mecanismo para resolver problemas - se é que tem um mecanismo. Deve-se focar toda atenção ao fator que antecede o antes e o durante de um problema. Aquela velha história de que as coisas podem piorar, ponta do iceberg e Lei de Murphy podem ou não fazer sentido nesse aspecto. Tudo vai depender do seu posicionamento e das atitudes que revela.

Semiótica, comunicação e rock'n'roll

Falar de problema sem falar de semiótica seria o mesmo que falar de Rock sem falar de Elvis, ou falar dos anos 80 sem um comentário sobre a Madonna. É certo que nenhuma criatura humana é obrigada a denotar a relevância do estudo semiótico. Contudo, para os comunicólogos de plantão, semiótica é vida.

O conceito desta arte envolve o estudo criterioso - e comunicacional - dos signos (ou sistemas de significação) de todas as manifestações culturais e de todos os fenômenos do homem, como se ambos fossem simples estruturas sígnicas. Quase-bastante complicado, eu diria. Tanto que, na primeira vez que ouvi a minha professora de Teoria da Comunicação, Lia Maria Leal, detalhar essa significação toda eu pirei. Todavia, achei tudo muito lindo.

Pois bem. Em outras palavras, a semiótica procura o entendimento do homem, da vida do homem, e da realidade em que o homem está inserido. Digamos que ela é capaz de visualizar a realidade global deste homem quando ele mesmo não detém a capacidade - entenda-se por isso: racionalidade - de perceber certos acontecimentos. Plagiando o lado universitário, a semiótica consegue verificar um problema, a razão deste problema, e promulgar uma solução cabível.

Num contexto geral, é mais ou menos isso.

Ok. Eu adoraria falar de semiótica, porém o enfoque agora é outro. Um problema, na comunicação, é um algo que questiona uma dúvida e que pede a resolução dessa dúvida - a favor ou contra o que foi determinado.

Sem o lado negativo e imposto pela sociedade de que problema é um abstrato sem solução, vejamos o contrário. Problema é aquilo que nos traz uma verdade que foge aos olhos por comodismo. Quando essa verdade é devidamente escancarada, ela mostra as nossas fragilidades. E ser vítima é mais fácil do que dar a cara para bater e saber onde dói - não á toa, as novelas vangloriam heróis e mocinhas. Enquanto o melhor mesmo, é ser vilão da nossa própria história.

Por isso, acho plausível admitir os erros, os acertos e não ter medo dos problemas ou medo de solucioná-los. Problema é aquilo que nos faz refletir e perder o receio da queda. Afinal, sempre corremos o risco de tropeçar em algo mais interessante durante a queda. E, ai, quem vai te levantar e te fazer correr atrás de outros problemas em tom de desafio? Você, e mais ninguém.

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PS: isso não é um texto de auto-ajuda.